Dia 08 de Março é o Dia Internacional da Mulher. Essa data foi se tornando cada vez mais importante no calendário de diferentes países devido, em boa parte, a avanços no que tange ao lugar das mulheres na sociedade contemporânea. Se pensarmos que o voto feminino foi uma conquista recente, e que em alguns lugares do mundo isso ainda é um tabu, veremos que esses avanços não andam na velocidade que o tempo atual imprime para outras frentes.
As mulheres ainda não conquistaram os mesmos direitos que os homens em muitos âmbitos, especialmente no que diz respeito a trabalho e renda. Segundo pesquisas recentes, as mulheres são uma parcela significativa quando falamos sobre empreendedorismo: dos 52 milhões de empreendedores existentes no país, 30 milhões são mulheres. Desse total, 44% são chefes de família, dados que corroboram outro percentual: 55% das empreendedoras iniciam seus negócios devido a necessidade de gerar renda, muitas vezes para viabilizar a sua sobrevivência e a de seus filhos.
Se olharmos para a Economia Criativa – macro área da economia que agrega negócios das áreas do design, da moda, das artes, do artesanato, do teatro, da música, do cinema, da publicidade, entre outras – vemos que as mulheres representam 45% dos trabalhadores formais. Esse número poderia ser maior, uma vez que a Pandemia acabou atingindo mais as trabalhadoras femininas da EC: 4% perderam seus postos de trabalho, enquanto o percentual de homens foi de 1%.
Em muitos casos, as mulheres estão à frente dos negócios relacionados à Economia Criativa, e isso acabou sendo intensificado nos últimos anos, especialmente em contextos marcados pelas vulnerabilidades social e econômica. Por meio do conhecimento de tecnologias manuais, muitas mulheres acabam por encontrar meios de, por um lado, complementar a renda familiar, e por outro, de garantir sua reinserção social.
Apesar de tudo isso estar acontecendo, mulheres ainda são a minoria nos quadros de comando de empresas no Brasil e no mundo, e também são a minoria no que tange à representatividade política. E, como se isso já não bastasse, as mulheres também passam pelos mais diferentes tipos de preconceitos, especialmente à medida que a idade avança.
Sobre esses dados, inclusive, teremos muito a conversar em breve, pois estamos concluindo uma pesquisa que busca abordar justamente os desafios e as oportunidades para as Mulheres 45 +, seja nos âmbitos do bem estar e autocuidado, como da representatividade no mercado de trabalho e na publicidade, dentre outros aspectos.
por Paula Visoná – Diretora de Inovação
Foto: Siri Louis (Unsplash)